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terça-feira, 19 de julho de 2011

Pequenas Coisas

Quem tenta ajudar uma borboleta
a sair do casulo a mata.
Quem tenta ajudar um broto
a sair da semente o destrói.
Há certas coisas que
não podem ser ajudadas.
Têm que acontecer de dentro para fora.
(Rubem Alves)

Tudo em Equilíbrio

Do livro "How to raise an Amazing Child the Montessori Way", de Tim Seldin

Desde o começo, seu bebê pegará coisas, explorando seu peso, textura e temperatura. Ela vai usar mãos, olhos, ouvidos, boca e nariz para investigar qualquer coisa que esteja por perto. Quando faz um ano de idade, a criança se torna mais e mais curiosa e poderá se concentrar em um objeto assistindo-o e o examinando com uma paciência aparentemente infinita.

É importante evitar o excesso ou a falta de estímulo. Muito estímulo fará a criança ficar estressada e ela tenderá a dormir. A falta de estímulo também leva ao sono. Idealmente, devemos estabelecer um balanço.

Aos leitores deste blog, podemos indicar os posts sobre a adequação da Casa para se conseguir um nível adequado de estímulo, e o post sobre o Sono para compreender melhor seus motivos e o equilíbrio que deve haver entre o tempo de vigília e o tempo de descanso.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Visão do Bebê

Como os bebês veem o mundo

Baseado no livro "How to raise an Amazing Child the Montessori Way", de Tim Seldin

A educação dos sentidos começa no nascimento, no 1o abraço ou colo, na primeira vez que ela vê ou sente o tato com a pele ou seu cheiro. Quando ela sente os tecidos contra a sua pele e quando põe os primeiros alimentos sólidos na boca. As crianças são observadoras extremamente ativas nos primeiros anos de vida e tudo o que observam as afeta.

- A visão
É importantíssimo estimular a visão da criança, mas também é muito importante entender como a visão se desenvolve. Nos primeiros meses há uma tendência para focar a visão em objetos que estejam a até 30cm de distância, os olhos passeiam objetivo e podem até cruzar-se de vez em quando. Usualmente os olhos respondem muito bem a rostos humanos, especialmente aos dos pais ou de alguém que cuide deles. Nos primeiros tempos, as crianças ainda não conseguem captar diferenças sutis entre tons e cores, e compreendem melhor contrastes fortes, especialmente branco-preto.

Aos três meses, a criança começa a focar e a reconhecer coisas que estão mais longe, ainda mantém grande interesse por rostos humanos, mas interessam-se também por outros objetos, especialmente por tudo o que se move. Nesta idade já tentam alcançar o que vêem e aos sete meses já desenvolveram realmente bem a visão em cores e a distância.

Há muito que se pode fazer para ajudar a desenvolver a percepção visual da criança. Ao falar com a criança, mantenha o contato visual e perceba como ela responde. Olhem coisas juntos, e fale sobre o que vocês virem. Móbiles, enquanto se movem, mostram aspectos belos e variados de objetos que se movem. Pode ser interessante ter dois ou três móbiles pela casa (especialmente sobre o berço e sobre o trocador), e girá-los com frequência para produzir imagens interessantes e agradáveis para a criança.

Os móbiles não precisam ser complexos e podem ser feitos em casa. Esferas de pano coloridas, formas geométricas de cartolina, especialmente em preto em branco, nos primeiros meses, são muito interessantes para a criança.

domingo, 3 de julho de 2011

Cozinha - geral

Este post foi baseado no livro "How to Raise an Amazing Child the Montessori Way", de Tim Seldin, publicado pela DK.


A partir dos dois anos de idade, a criança já pode começar a interagir mais ativamente com a cozinha (leia aqui sobre o desenvolvimento desta interação), e começa a adquirir maior liberdade e autonomia, se o ambiente favorecer este desenvolvimento.
[Abaixo, neste post, você encontra um vídeo, em inglês, cujas imagens ajudam muito a entender o que você pode fazer na sua cozinha. Mesmo que você não saiba inglês, vale a pena ver o vídeo. As imagens são extremamente ilustrativas]
A primeira medida que se pode tomar para auxiliar os pequenos nesta fase é instalar uma pequena mesa na cozinha, que seja baixa, mas firme. À frente desta mesa pode-se colocar uma cadeirinha também pequena. O material indicado sempre é a madeira, o motivo principal de se utilizar materiais de madeira sempre que possível é a experiência de tato com materiais naturais. A madeira também é mais bonita que o plástico e oferece maiores possibilidades de mobilidade para a criança do que o metal e o vidro. É ideal que o tampo da mesa seja coberto por uma placa de fórmica, assim a umidade não se acumula e se mantém melhor a higiene. Apesar disso, se o preço de uma mesinha firme de madeira não for acessível, é melhor uma mesa de plástico de alguma cor leve (branco é bom, para que a sujeira seja perceptível e a criança tenha o que limpar quando fizer sujeira) do que a ausência do móvel. Somente certifique-se de que a mesa de plástico seja firme, lembre-se que a criança precisa de um bom apoio para suas primeiras experiências culinárias.

Um armário baixinho, a estante mais baixa de um armário, ou a gaveta mais baixa de um gaveteiro são locais excelentes para se colocar os copos (de vidro), os pratos (de porcelana), os talheres (pequenos, mas de metal) e guardanapos. Os pratos podem ser os de sobremesa, copos podem ser de tamanho normal, se forem comuns, e talheres de sobremesa em geral são adequados. Tudo isto deve ser mantido disponível para a criança, mas a criança deve aprender a manejar cada um destes objetos, sob tutela dos pais. Abaixo, falaremos um pouco sobre como ensinar o manejo dos objetos de cozinha e num post futuro detalharemos este ponto.
Sobre a mesa, pode-se e se deve manter uma jarra (pequena, adequada ao tamanho da criança) com água ou suco e frutas ou pedaços delas, assim como outros itens que possam servir de lanche quando a criança sentir fome e não for horário de refeições. O ideal é atentar para a nutrição dos pequenos e evitar deixar doces ou outros alimentos menos saudáveis. É importante que não haja opções demais, para que a criança não fique confusa, nem de menos, para que ela tenha o que escolher. Duas frutas, ou uma fruta e um tipo de pão ou biscoito são boas opções.

As comidas da criança podem ser deixadas na estante mais baixa da geladeira ou em uma estante do armário acessível para ela, para que ela possa acessá-las quando desejar. Alguns itens possíveis de se disponibilizar para ela são:
- pedaços de frutas ou frutas pequenas (uvas, ameixas...) sempre lavadas;
- fatias de queijo ou de frios, patês, manteiga em recipientes não quebráveis;
os recipientes não devem ser quebráveis porque a criança não terá, neste caso, a firmeza das duas mãos para garantir a estabilidade do pote, pois utilizará uma das mãos para a espátula.
- pães e cereais;
- iogurte, leite, sucos em garrafas e jarras.

No começo, deixe somente colheres disponíveis. Ensine o pequeno a segurar os talheres, geralmente utilizar somente colheres no começo é uma boa e segura maneira de começar. Ensine a criança a segurar copos e pratos com as duas mãos, primeiro executando o ato vagarosa e cuidadosamente, em seguida pedindo que ela o faça. Explique o posicionamento do prato e do copo na mesinha, e mostre como se utiliza um guardanapo. Deixe um pano perto da mesinha para que a criança possa enxugar a superfície, caso despeje líquidos fora do copo.

Disponibilize aquilo que você se sentir seguro(a) para ensinar. Nós vamos liberar posts sobre cada uma das tarefas que devem ser desempenhadas pelo pequeno na cozinha, a maneira de ensinar e a maneira de aprender da criança. Mas é possível começar com o básico desde já.